segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Uma companhia na madrugada

Eu vinha andando pela rua quando vi o cachorro.Era de madrugada e eu voltava de uma festa.Ele veio na minha direção abanando o rabo, eu estalei os dedos e ele começou a me seguir.Era uma companhia  vira-lata e simpática pra caminhar comigo.Às vezes, ele parava, cheirava alguma coisa no chão e depois se apressava em me alcançar.Naquele horário poucas pessoas passaram por mim, mas eu fiz questão, quando isso aconteceu, de estalar os dedos pra parecer que o companheiro de caminhada era meu mesmo.E ele atendia levantando as orelhas e abanando o rabo.
Eu achava que a qualquer momento ele perderia o interesse naquele estranho e naquele percurso que poderia dar em nada.Mas, pra minha surpresa ele continuou.Por mais ou menos três quilômetros ele me seguiu até o portão da minha casa!Parei antes de abrir o portão, olhei pra ele, ele olhou pra mim, e por mais que eu quisesse ficar com ele, não seria possível.Naquela época eu morava com os meus pais, e nós já tínhamos dois cachorros.Então, chamei ele, o acariciei, me despedi e entrei logo para não pensar duas vezes.
O engraçado é que essa não foi a única vez que isso aconteceu.Outros cães já haviam me "escolhido" antes, e haviam me seguido em situações semelhantes.É, acho que às vezes nós somos escolhidos por eles.Penso que é muita pretensão achar que somos sempre nós que escolhemos ser "donos" deles.Em muitas casas alguns cachorros não demonstram afinidade com algumas pessoas da família.Eles têm essa sensibilidade também.Eles também podem escolher.

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