quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Necrópole

cidade dos mortos
escondendo os nossos
de cruzes eretas
cabisbaixas setas
apontando os ossos

cheia de desabitantes
penados visitantes
de flores em mãos
pra matar nos vãos
cheiros degradantes

crucifixos no prumo
velado supra sumo
num preto básico
disfarce do casco
podre como humo

desnivelados corpos
sem brindar copos
já não mais fingem
já não se tingem
como vivos engôdos