segunda-feira, 10 de julho de 2017

Duas sabedorias

De águas, de terra e folhas,
já se sabia antigamente.
De teclas, máquinas e coisas,
menos se sabe agora.

O corpo não mudou tanto;
muda sempre o pensamento.
A inquietação de mudar
fez um mundo sobre outro.
Era um mundo de sabedoria já.
É um mundo de sabedoria vã.

Não queremos morrer como pássaro frágil.
Nós queremos chegar fortes na morte.
Cobrindo o mundo natural com nosso asfalto,
vamos completar a corrida sem abalos.

Movimentamos o ciclo com barreiras,
pois é preciso superar sempre.
Não basta ficar de papo pro ar,
a observar o vento, enquanto se respira.
Nosso intento, não sei onde escrito,
é de dominar as lufadas nunca antes vistas.