domingo, 20 de novembro de 2011

Consciência negra

No calendário vem em vermelho
Lembrando a cor do porrete
Só faz jus a cor do sangue
Igual ao capataz do açoite

Por que um dia destacado dos outros
Por que um dia mais consciente
Por uma história tão torta
Pelas costas ainda ardentes

Tantos Zumbis ainda pelas ruas
Cada morro um Palmar diferente
Tantas obras vergadas nos ombros
Pelas costas nada quentes

Um dia escolhido pra festa
Pra festejar o desigualmente
Colocado na sociedade
Que não vê a cor dos dentes

Um dia escolhido pra festa
Por que festejar é da gente
Lutar já é a semana toda
A cor do dia é indiferente

Chegamos ao ponto de separar
Um povo de seu continente
De usar a branca anticultura
E um deus branco onipresente

A história continua seguindo
Esse dia poderia estar ausente
Nas páginas brancas do livro
Escrito em cor de piche quente

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