segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sem

Dê ao capitalista uma dor sem tamanho
Sem os ramalhetes de flores
Ou os chocolates nas datas
Tire dele as datas, os calendários
Tire os seus aparelhos modernos
Sem as rodas
Deixe que ele ande
Sem endereço
Sem as roupas caras ou baratas
Deixe-o às traças, entre as baratas
Tire dele o espelho e o perfume
Devolva a ele o seu cheiro original

Entre todos os cheiros do mundo
Todos os espelhos refletem as dores
Sem cortes

Ele voltou ao natural
Num mundo artificial
Ele, tão lúdico e poeta
Mundo duro e encapado
Ele, tão nu compositor
Mundo da verdade vestida
Ele vai recitando
O que o mundo já esqueceu  



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