quarta-feira, 21 de março de 2012

Beleza na dor

À primeira vista pode parecer estranho falar isso, mas sentimentos negativos são inspiradores.Explico: no quadro Guernica, de Pablo Picasso, por exemplo, ele demonstra todo o seu repúdio ao ataque à cidade de mesmo nome.Esse é, talvez, o seu quadro mais famoso, onde estão representados pessoas e animais em desespero ao cair de uma bomba atirada por um avião alemão.Dizem até, que o quadro foi pintado em preto e branco, pois Picasso havia lido a notícia sobre o bombardeio em um jornal.
Outro exemplo: os gafanhotos que aparecem com frequência nos quadros de Salvador Dalí são uma representação do medo.É sabido que muitas de suas obras foram baseadas em sonhos, ou pesadelos no caso dos gafanhotos, que por vezes cobrem as bocas de algumas figuras em seus quadros.
Já nos filmes de Woody Allen, a representação de um personagem neurótico está sempre presente.Geralmente, o próprio diretor representa esse personagem com fala rápida e sinais de insegurança.
O quadro "Criança Morta", de Cândido Portinari, representa algo genuinamente brasileiro: uma família de retirantes com a mãe no centro segurando o filho mais novo falecido.É a dor da perda que une uma família numa das obras mais famosas do pintor.
Sendo assim, a revolta, o medo, a insegurança, a dor são sentimentos que muitas vezes são extravasados em obras belíssimas.Ou ainda, quando não são belas, são representativamente importantes, seja para um momento histórico ou para representar uma dor pessoal.Existe, sim, beleza na dor.

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