quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Outrora

Os lábios de pétala de outrora,
agora mostram dentes como espinhos.
Os dedos que espalhavam o bálsamo,
agora estão banhados de sangue.
Os olhos de contemplação de outrora,
agora mostram as rugas do cenho.
As palavras que já consolaram,
agora gritadas soam como pragas.

Adjetivos são descartados,
inesperados ou frustrados,
quem sabe dos mais adequados,
seja aquele chamado instável,
tal e qual um jogo de dados.


Reação ao sabor do tempo,
o ser muda a cada momento.
Sem nem mesmo ver o vento,
um dia ele acaricia feito brisa,
noutro é a tormenta do tormento.

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