quinta-feira, 8 de maio de 2014

Lágrimas insensatas de 1850

Lágrimas insensatas,
se não quebrei uma perna
ou não me cortei na queda!
Lágrimas insensatas,
pulei de altura imensurável,
pois confundi amar com asas.

Se choro por um corpo
que não me pertence,
se desejo ser desejado
por um seio ardente,
se só tenho uma vida;
outra me é indiferente.
Lágrimas insensatas!

Me quebro todo,
me corto todo,
procuro dor de sangue.
Viver tantos anos
é sofrer estanque
dor de amor banal.
Quatro patas de corcel
que me pisem,
mais real derrocada
do que o par de pernas
que me tiram as lágrimas.

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