quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Fazendo uma pessoa

Nem era a pessoa.
Era o que a pessoa fazia.
Acertava e errava.
Se orgulhava e sentia vergonha.
Pedia desculpa e também ignorava.
E assim, se parecia menos com um passarinho.
Se matava alguém, só se importava se outro alguém descobrisse.
Se amava alguém, só se importava se o outro a amasse também.
E assim, se parecia menos com uma jibóia.
Vivia a vida como ela vinha.
Só acreditava na lei, quando a via escrita.
Tinha dúvidas e respondia perguntas.
Não era amada o tempo todo.
E odiava odiar.
E assim, se parecia demais com uma pessoa.
Pois toda pessoa é possível.
Pois a pessoa ao fazer, acaba fazendo a própria pessoa.
E as pessoas fazem de tudo.
Ainda assim, quando ela morreu, todos se perguntaram o que ela tinha feito para merecer uma morte daquelas.

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