quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Medo de fluir

Existe um tipo de beleza que não se vê
Uma imagem que não precisa de óculos
Não tem cor
Tem consequências vivas
Mesmo se mantendo inerte em alguns momentos
Não adianta forçar a vista
Não adianta tentar negar
Não adianta tentar reprimir
E dizer-se imune ao calafrio
Ou ao calor
Não adianta argumentar racionalmente
Quem tem pele sente
Quem está vivo tem coração que bate
Quem não quer sentir vive pela metade

E se todo lugar comum se encontra aqui
Aqui é o lugar de todos
Ou daqueles que produzem lágrimas
Os que não as produzem
Secam com olho seco o mundo suculento e saudável
Além dos fluidos que são vitais
Há algo que ainda flui mais

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