A cabeça queimava mas não havia dor.Não havia cabelo emoldurando a fisionomia abatida também.
Os ossos da face eram saltados e o maxilar bem quadrado.
Os olhos grandes e escuros não demonstravam nenhuma emoção.
Já os dentes pareciam sempre querer se mostrar numa tensão congelada.
Pousada na palma da mão, a cabeça só parecia ter alguma reação quando a mão se mexia.
Sob a pele das costas da mão, os ossos pareciam manipular os movimentos daquela figura apática.
Somente guiada pela mão, num gesto que acompanhasse a fala, era que a cabeça parecia se expressar.
Então nesse caso, era a mão que parecia tomar a iniciativa, e não a cabeça.
Mas entre os dentes havia uma flor que dava certa cor aquele crânio flamejante e pálido, tatuado nas costas da mão.
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