Numa festa, às quatro da manhã, ele começou a se sentir fraco e estranho.Ele só conhecia o dono da festa.O som era bom, tinha muita gente bonita, muita bebida, mas não tinha comida.Pra compensar o fato de estar sozinho, ele havia bebido bastante.Tinha misturado caipirinha e cerveja, o que fez com que ele sentisse que precisava de algo que lhe desse energia.
Foi pro carro cambaleando e sentindo as vistas escuras.Isso fez com que demorasse um pouco até acertar o buraco da fechadura.Quando conseguiu, girou a chave, puxou a porta e levantou a cabeça rapidamente.Sentiu as pernas cederem e caiu, se a poiando na porta do carro.A rua estava vazia, então ninguém presenciou a cena.
"Preciso alcançar o porta-luvas!" ele pensou."Acho que deixei uma seringa ali!"
Tremendo ele começa a admitir os sinais óbvios da abstinência.Ele não havia se injetado desde ontem, tentando resistir aos sintomas.Mas a falta da química que lhe devolvia a energia, e da qual ele era dependente havia anos, era mais forte.Além disso, ele havia bebido e estava sem comer por várias horas.
Se apoiando na porta, segurando no banco e no volante, ele conseguiu chegar ao porta-luvas.Deitado nos bancos da frente, com as mãos vacilantes, pegou a seringa, que já estava carregada, e levantou a camisa.O suor escorria da sua testa, e ele teve que prender a respiração para tentar parar de tremer.Picou a pele da barriga e um alívio psicológico o invadiu, mesmo sabendo que o efeito físico levaria alguns minutos.Então, ficou ali sentado, esperando a insulina combater o álcool pra que ele pudesse ir embora.
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