É preciso sentir a dor adequada
para ver as cores,
para perceber entrelinhas,
para ouvir o tom correto.
A dor adequada alivia a própria dor
ao entender.
Para entender é preciso sangrar a mesma
cor de quem pinta.
Cada sentir requer de quem sente
uma dor distinta.
Cada poeta segue incompleto
sem um tom de tinta.
De qualquer forma,
mesmo sem forma,
sem seguir a norma,
quem lê e sente
completa a rima.
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