Pesam os olhares que me seguem
então pesam as minhas pernas
se digo alguma coisa pesada
sei que alguém fica pra trás
mas a memória me persegue
Pensam que são os melhores
aqueles todos que estão vivos
se esforçam para serem assim
sabem que alguma coisa perdem
a memória é uma palmatória
Passam arrependidos por mim
curvados apenas por disfarce
o meu cajado não é pesado
pra me dar o poder de perdoar
a memória é metade da culpa
Queria uma nova oportunidade
poder usar um apagador na fala
errar faz um bem pra humildade
apagar faz remediar a memória
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Pedido depois da vida longa
nem a urna funerária
nem as flores mortas me servem
nem mesmo a tumba serve de vaso
pois já nada planto para crescer
me marquei com a raiva
e isso prova que vivi
vivi magoado
e me sentia vivo
foram mil e doze dores
e duas mil e dezessete alegrias
soltei gargalhadas a mais
sendo assim posso pedir risos in memoriam
nem as flores mortas me servem
nem mesmo a tumba serve de vaso
pois já nada planto para crescer
me marquei com a raiva
e isso prova que vivi
vivi magoado
e me sentia vivo
foram mil e doze dores
e duas mil e dezessete alegrias
soltei gargalhadas a mais
sendo assim posso pedir risos in memoriam
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Bem humano
digo isso pra ouvir aquilo
agrido mesmo sem grito
mesmo sussurrando
me distraio feliz
com outra pessoa
mas estou me procurando
admito por fora
o que por dentro me mata
vou acumulando
melhoro a cada dia
as horas eu conto
os minutos me descontando
nem entendo a dor
nem a troca da abelha
e da flor
nem sei sentir
sem pensar no QI
me sinto bem humano
agrido mesmo sem grito
mesmo sussurrando
me distraio feliz
com outra pessoa
mas estou me procurando
admito por fora
o que por dentro me mata
vou acumulando
melhoro a cada dia
as horas eu conto
os minutos me descontando
nem entendo a dor
nem a troca da abelha
e da flor
nem sei sentir
sem pensar no QI
me sinto bem humano
terça-feira, 10 de novembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
O distraído
O distraído não sofre
Somente sofre a morte
Sem saber
Saber é morrer antes
Perecer no pensar
Apodrecer
O distraído não sabe
Só sabe que a sorte
É leveza do ser
Somente sofre a morte
Sem saber
Saber é morrer antes
Perecer no pensar
Apodrecer
O distraído não sabe
Só sabe que a sorte
É leveza do ser
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
A paciência que cura
Ah, meu couro cheio de balas
de raspão passa a minha sorte
eu que acredito em destino
sei que acreditar nada muda
nem trajetória, nem história,
e como mudar de couro
só se aplica às víboras,
uso o meu lento veneno
e me lambendo me curo.
de raspão passa a minha sorte
eu que acredito em destino
sei que acreditar nada muda
nem trajetória, nem história,
e como mudar de couro
só se aplica às víboras,
uso o meu lento veneno
e me lambendo me curo.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Mais um erro
vou errar amanhã
ainda hoje
ou dentro de poucas palavras
vou tentar conviver comigo
até acertar o meu próprio umbigo
você já pode ir
sem olhar pra trás
não há momento certo
estou cansado de errar
o meu erro só existe
por você existir
pra julgar
ainda hoje
ou dentro de poucas palavras
vou tentar conviver comigo
até acertar o meu próprio umbigo
você já pode ir
sem olhar pra trás
não há momento certo
estou cansado de errar
o meu erro só existe
por você existir
pra julgar
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Metade da realidade
A pessoa dos teus sonhos
vai dizer o que queres ouvir.
A pessoa verdadeira
vai mostrar-te a realidade.
Queres que os ovos
sejam todos de ouro.
Queres que os biscoitos
sejam todos da sorte.
Queres que as lágrimas
sejam doces.
O oposto vai continuar sendo
uma das metades de tudo.
vai dizer o que queres ouvir.
A pessoa verdadeira
vai mostrar-te a realidade.
Queres que os ovos
sejam todos de ouro.
Queres que os biscoitos
sejam todos da sorte.
Queres que as lágrimas
sejam doces.
O oposto vai continuar sendo
uma das metades de tudo.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Aquelas coisas
aquelas coisas que você não diz
nem pra si mesmo
aquelas coisas que as palavras
distorceriam
aquelas coisas com o título
de segredo
você é todas aquelas coisas
envoltas em roupas e currículos
você é todas as camadas
de várias verdades
e ainda que muito falem de você
nem mesmo você chega a arranhar
todas as verdades
e quem disser que fala todas as verdades
também fala algumas mentiras
nem pra si mesmo
aquelas coisas que as palavras
distorceriam
aquelas coisas com o título
de segredo
você é todas aquelas coisas
envoltas em roupas e currículos
você é todas as camadas
de várias verdades
e ainda que muito falem de você
nem mesmo você chega a arranhar
todas as verdades
e quem disser que fala todas as verdades
também fala algumas mentiras
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Musa do conteúdo
Seu conteúdo é poesia
Não pare de se recitar
Cubra-me com a sua pele
Mas não se esvazie de si
Cubra-me com a sua pele
Só porque quero me sentir
Dentro
Não pare de se recitar
Cubra-me com a sua pele
Mas não se esvazie de si
Cubra-me com a sua pele
Só porque quero me sentir
Dentro
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
O inferno é a primeira pessoa
A procura da pessoa melhor
é mirada no outro.
Se eu sou bom,
o outro também tem que ser.
Desde que não seja muito melhor
para não despertar a inveja.
Com a inveja fico pior
e a procura pelo melhor fica prejudicada.
Sigo procurando o melhor
com uma hipermetropia que piora.
Meu parâmetro sou eu,
mas não me observo.
Sigo com o dedo em riste
e sem espelho.
A procura da pessoa melhor
parece ser terceirizada.
é mirada no outro.
Se eu sou bom,
o outro também tem que ser.
Desde que não seja muito melhor
para não despertar a inveja.
Com a inveja fico pior
e a procura pelo melhor fica prejudicada.
Sigo procurando o melhor
com uma hipermetropia que piora.
Meu parâmetro sou eu,
mas não me observo.
Sigo com o dedo em riste
e sem espelho.
A procura da pessoa melhor
parece ser terceirizada.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Você pode ser
pode ser dor
desde que tenha fim
algo como a saudade
pode ser lenta
e escorrer como lágrima
de alegria
pode ser falso infarto
de coração disparado
parado na garganta
pode ser ansiedade
que vira saciedade
ao te ver
pode ser qualquer pessoa
que eu já sei
que a única é você
desde que tenha fim
algo como a saudade
pode ser lenta
e escorrer como lágrima
de alegria
pode ser falso infarto
de coração disparado
parado na garganta
pode ser ansiedade
que vira saciedade
ao te ver
pode ser qualquer pessoa
que eu já sei
que a única é você
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Sede de respostas
engolir o que está fora do copo
é mais seco
chegar até o fundo do poço
é amargo
o fundo do copo de rabo de galo
é distorcido
a água não pode lavar tudo
é apenas uma resposta clara
dureza não é ser incapaz de voar
dureza é se achar preso à terra
o rótulo da garrafa não diz tudo
o conteúdo não condiz com a sede
você solta a língua e tudo diz
e a memória insiste na realidade
secura não é ser incapaz de beber
secura é achar aridez na resposta
é mais seco
chegar até o fundo do poço
é amargo
o fundo do copo de rabo de galo
é distorcido
a água não pode lavar tudo
é apenas uma resposta clara
dureza não é ser incapaz de voar
dureza é se achar preso à terra
o rótulo da garrafa não diz tudo
o conteúdo não condiz com a sede
você solta a língua e tudo diz
e a memória insiste na realidade
secura não é ser incapaz de beber
secura é achar aridez na resposta
terça-feira, 18 de agosto de 2015
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
O limite da pessoa
Melhor tirar da pessoa a melhor palavra
Cruzar com a pessoa o melhor olhar
Perceber até onde a pessoa é boa
Seja a pessoa humana até onde for bom humanizar
Um limite é um grito
O chão é a falência
A intriga é fria seringa
Que tira a peçonha da pessoa
De onde até não se sabia
Um potencial é um mal
Se espreita escondido
Armado o ser é desalmado
O que resta da pessoa
Depois de ser testada
É pouca coisa boa
É uma careta enrugada
Cruzar com a pessoa o melhor olhar
Perceber até onde a pessoa é boa
Seja a pessoa humana até onde for bom humanizar
Um limite é um grito
O chão é a falência
A intriga é fria seringa
Que tira a peçonha da pessoa
De onde até não se sabia
Um potencial é um mal
Se espreita escondido
Armado o ser é desalmado
O que resta da pessoa
Depois de ser testada
É pouca coisa boa
É uma careta enrugada
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Vida de músico
nota destilada
entre o copo e o acorde
rabisco no papel
um gole que bata forte
dose distorcida
faz até gemer a voz
aquece aquela dor
tira o melhor de nós
tudo que é afinado
consola o coração
até guitarra tem ressaca
com solo ou não
a vida de músico
um vampiro pela noite
o álcool embeleza
alma nua no holofote
um brinde
um blues
um brandy
um bis
entre o copo e o acorde
rabisco no papel
um gole que bata forte
dose distorcida
faz até gemer a voz
aquece aquela dor
tira o melhor de nós
tudo que é afinado
consola o coração
até guitarra tem ressaca
com solo ou não
a vida de músico
um vampiro pela noite
o álcool embeleza
alma nua no holofote
um brinde
um blues
um brandy
um bis
terça-feira, 11 de agosto de 2015
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Editor do passado
saudade é boa no fim
gente fica bem abraçada
foto boa é na hora
intervalos são desencontros
quero te ver de novo
com o rosto velho de antes
sem novidades que corrijam
o que eu sentia que era certo
quero tudo de novo
tão velho quanto possível
viver a ilusão de voltar
as pessoas passadas que fomos
eu não era feliz
e não sabia
eu filtrei as verdades que doem
hoje sou editor do passado
gente fica bem abraçada
foto boa é na hora
intervalos são desencontros
quero te ver de novo
com o rosto velho de antes
sem novidades que corrijam
o que eu sentia que era certo
quero tudo de novo
tão velho quanto possível
viver a ilusão de voltar
as pessoas passadas que fomos
eu não era feliz
e não sabia
eu filtrei as verdades que doem
hoje sou editor do passado
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Presente de aniversário (14/05/73)
nem mesmo os números são exatos
eles se dividem em decimais
e se a conta não fecha em vida
não podemos dar o troco redondo
14 ouvi dizer que dá 05
05 ouvi dizer que é depressão
73 dá 10 ou 05 duas vezes
e não neutraliza o meu 05
não vou me deprimir por isso
não penso matematicamente
sou do contra ou sou noves fora
se me querem deprimido
não vou me matar de forma clássica
a própria vida vai dar cabo de mim
eles se dividem em decimais
e se a conta não fecha em vida
não podemos dar o troco redondo
14 ouvi dizer que dá 05
05 ouvi dizer que é depressão
73 dá 10 ou 05 duas vezes
e não neutraliza o meu 05
não vou me deprimir por isso
não penso matematicamente
sou do contra ou sou noves fora
se me querem deprimido
não vou me matar de forma clássica
a própria vida vai dar cabo de mim
terça-feira, 28 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Deixando a morte no asfalto
Um motor potente de fato
só me faz comer asfalto
sem degustar a paisagem.
Minha única pressa
é de chegar lá no topo
para parar e observar.
Onde o ar é rarefeito;
onde tudo é mais lento;
onde até a morte perde o fôlego.
só me faz comer asfalto
sem degustar a paisagem.
Minha única pressa
é de chegar lá no topo
para parar e observar.
Onde o ar é rarefeito;
onde tudo é mais lento;
onde até a morte perde o fôlego.
terça-feira, 21 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Hoje, humano, amanhã.
Hoje, deixei a traça viver.
Amanhã, poderei fechar o livro com raiva.
A pressa me faz ignorar outrem.
Outra pessoa que amanhã deixarei passar.
Só copie a minha melhor metade.
Tenho tudo dentro de mim.
Então, qualquer coisa pode vazar.
Sou modelo do que é real.
Então, acostume-se com raios num dia de sol.
O prato de hoje cozinho com gosto.
Amanhã, tudo pode estar marinado no veneno.
Hoje, farei de tudo para sobreviver bem.
Pra compensar, amanhã matarei dois leões.
Posso perder minha prata, se hoje tenho ouro.
Amanhã, não abrirei mão do meu cobre.
Amanhã, poderei dizer o que teria escrito hoje.
Amanhã, poderei fechar o livro com raiva.
A pressa me faz ignorar outrem.
Outra pessoa que amanhã deixarei passar.
Só copie a minha melhor metade.
Tenho tudo dentro de mim.
Então, qualquer coisa pode vazar.
Sou modelo do que é real.
Então, acostume-se com raios num dia de sol.
O prato de hoje cozinho com gosto.
Amanhã, tudo pode estar marinado no veneno.
Hoje, farei de tudo para sobreviver bem.
Pra compensar, amanhã matarei dois leões.
Posso perder minha prata, se hoje tenho ouro.
Amanhã, não abrirei mão do meu cobre.
Amanhã, poderei dizer o que teria escrito hoje.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Ao mostrar a cara
um soco não chega tão fundo
eu uso uma palavra ou duas
não vou te convencer de nada
o seu pré conceito chegou antes
é mais fácil não admitir o erro
e dizer que o mundo está errado
você decorou a piada ferina
vai continuar contando e rindo
alguém vai rir pela primeira vez
vai continuar doutrinando as crias
uma escola distorcida
uma lousa ensanguentada
nada é arte quando amarra
pintar a cara vale
quando a cara embaixo está limpa
eu uso uma palavra ou duas
não vou te convencer de nada
o seu pré conceito chegou antes
é mais fácil não admitir o erro
e dizer que o mundo está errado
você decorou a piada ferina
vai continuar contando e rindo
alguém vai rir pela primeira vez
vai continuar doutrinando as crias
uma escola distorcida
uma lousa ensanguentada
nada é arte quando amarra
pintar a cara vale
quando a cara embaixo está limpa
quarta-feira, 8 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
A tentativa e o tempo
a guerra está sempre encardida
mesmo para quem ganha
a vitória é mesmo do dia
que se disfarça de noite
até poder recomeçar
e recomeço é cara lavada
a morte está sempre na esquina
mesmo para quem ama
a vitória vem ao não dobrar
mas o disfarce é sutil
é difícil de perceber
melhor se deixar distrair
a tentativa é apenas remédio
mesmo para quem barganha
a vitória é passageira na vida
de quem logo vai tombar
ganhamos um pouco de tempo
mas nada sabemos
e perdemos no novo tentar
mesmo para quem ganha
a vitória é mesmo do dia
que se disfarça de noite
até poder recomeçar
e recomeço é cara lavada
a morte está sempre na esquina
mesmo para quem ama
a vitória vem ao não dobrar
mas o disfarce é sutil
é difícil de perceber
melhor se deixar distrair
a tentativa é apenas remédio
mesmo para quem barganha
a vitória é passageira na vida
de quem logo vai tombar
ganhamos um pouco de tempo
mas nada sabemos
e perdemos no novo tentar
quarta-feira, 1 de julho de 2015
O vira-latas, você e eu
Entre o poste e a lixeira,
o vira-latas quer se satisfazer tanto quanto eu.
Porém, eu pelo meu lado,
quero saber do que é feito o poste.
Quero entender o porquê de tanto lixo.
E já te julgo antes mesmo de te cheirar.
o vira-latas quer se satisfazer tanto quanto eu.
Porém, eu pelo meu lado,
quero saber do que é feito o poste.
Quero entender o porquê de tanto lixo.
E já te julgo antes mesmo de te cheirar.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Só um pouco
Deixam a sujeira num cantinho do mundo
pra alguém recolher.
Embaixo do tapete também é mundo,
veja só você!
Na verdade, a sujeira não sai do mundo;
nem eu nem você.
Bem, existe um lugar chamado lixeira
que é o resto do ter.
Tenha um pouco menos
que eu quero ver.
Tenha um pouco menos
que pouco vou ver.
pra alguém recolher.
Embaixo do tapete também é mundo,
veja só você!
Na verdade, a sujeira não sai do mundo;
nem eu nem você.
Bem, existe um lugar chamado lixeira
que é o resto do ter.
Tenha um pouco menos
que eu quero ver.
Tenha um pouco menos
que pouco vou ver.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
O entrevistado
Sou fraco
como a pedra pode ser sedimentar
Só atiro
se estiver munido de vontade
Não preciso de balas
Sou tão normal
quanto o limite da normalidade possa se esticar
Só viro bicho
se estiver cercado por criaturas mais bizarras
munidas de falas
Sou tão misterioso
quanto qualquer entrevistado
Só quem tem o que revelar é entrevistado
Qual é o mistério?
Qual era mesmo a pergunta?
como a pedra pode ser sedimentar
Só atiro
se estiver munido de vontade
Não preciso de balas
Sou tão normal
quanto o limite da normalidade possa se esticar
Só viro bicho
se estiver cercado por criaturas mais bizarras
munidas de falas
Sou tão misterioso
quanto qualquer entrevistado
Só quem tem o que revelar é entrevistado
Qual é o mistério?
Qual era mesmo a pergunta?
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Vida circular
eu-ter-vontade
é o mundo me testando
eu-fazer-minha-vontade
é o meu mundo se criando
e ele gira, gira, gira
sem vontade própria
alguém atira, atira, atira
em defesa dessa órbita
e diz o que queria
o que eu não deveria
e grita, grita, grita
a sua ideia torta
eu-ter-vontade
é a parte de ser humano
você-outra-vontade
é a outra parte do plano
e ele vai dar certo
quando finalmente der
e ele é perfeito
se o imperfeito quiser
aquele de todo dia
aquele que vem ao léu
perfeito como a vida
que um dia morreu
é o mundo me testando
eu-fazer-minha-vontade
é o meu mundo se criando
e ele gira, gira, gira
sem vontade própria
alguém atira, atira, atira
em defesa dessa órbita
e diz o que queria
o que eu não deveria
e grita, grita, grita
a sua ideia torta
eu-ter-vontade
é a parte de ser humano
você-outra-vontade
é a outra parte do plano
e ele vai dar certo
quando finalmente der
e ele é perfeito
se o imperfeito quiser
aquele de todo dia
aquele que vem ao léu
perfeito como a vida
que um dia morreu
segunda-feira, 8 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Sendo incompleto
Nem todo mundo quer
a teimosia de ser martelo.
Nem todo mundo quer
o sofrimento de ser prego.
Ser, inclui ser imperfeito,
sem nunca conseguir inflar
completamente o ego.
a teimosia de ser martelo.
Nem todo mundo quer
o sofrimento de ser prego.
Ser, inclui ser imperfeito,
sem nunca conseguir inflar
completamente o ego.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Uma parede anti-social
Não tenho nenhum trato social
Nem mesmo social é o sapato
Ter mesmo, eu tenho pouco
Ser, eu sou louco analisado
Eu erro por estar tão distante
Expectativa errante na mira
Se sou incongruente demais
Nem bom rapaz, nem flores
Cativo o que creio e me animo
Já não rimo só pra ficar bonito
Poderia dizer mais neste bloco
Mas toda parede é anti-social
Nem mesmo social é o sapato
Ter mesmo, eu tenho pouco
Ser, eu sou louco analisado
Eu erro por estar tão distante
Expectativa errante na mira
Se sou incongruente demais
Nem bom rapaz, nem flores
Cativo o que creio e me animo
Já não rimo só pra ficar bonito
Poderia dizer mais neste bloco
Mas toda parede é anti-social
quarta-feira, 20 de maio de 2015
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Ainda há tempo
errei no peso da mão;
vim a escutar com os ouvidos armados;
simplesmente olhei, ao invés de observar;
engoli o veneno;
me deixei entoxicar pelo cheiro.
que os segundos que ainda me faltam,
sejam de acertos que valem por anos.
ainda há o que lavar;
ainda há boa música;
um freio antes de julgar;
nem tudo é alimento;
o último aroma do dia é a dama-da-noite.
que os segundos que ainda me faltam,
sejam de reciclagem ainda em vida.
vim a escutar com os ouvidos armados;
simplesmente olhei, ao invés de observar;
engoli o veneno;
me deixei entoxicar pelo cheiro.
que os segundos que ainda me faltam,
sejam de acertos que valem por anos.
ainda há o que lavar;
ainda há boa música;
um freio antes de julgar;
nem tudo é alimento;
o último aroma do dia é a dama-da-noite.
que os segundos que ainda me faltam,
sejam de reciclagem ainda em vida.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
terça-feira, 12 de maio de 2015
A empatia da mesma dor
É preciso sentir a dor adequada
para ver as cores,
para perceber entrelinhas,
para ouvir o tom correto.
A dor adequada alivia a própria dor
ao entender.
Para entender é preciso sangrar a mesma
cor de quem pinta.
Cada sentir requer de quem sente
uma dor distinta.
Cada poeta segue incompleto
sem um tom de tinta.
De qualquer forma,
mesmo sem forma,
sem seguir a norma,
quem lê e sente
completa a rima.
para ver as cores,
para perceber entrelinhas,
para ouvir o tom correto.
A dor adequada alivia a própria dor
ao entender.
Para entender é preciso sangrar a mesma
cor de quem pinta.
Cada sentir requer de quem sente
uma dor distinta.
Cada poeta segue incompleto
sem um tom de tinta.
De qualquer forma,
mesmo sem forma,
sem seguir a norma,
quem lê e sente
completa a rima.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
O burro
Eu não sei falar
pra dentro de ouvidos que dão tantas voltas.
Eu não sei falar
pra dentro de cabeças que sejam outras.
Eu não sei falar
muito bem pra quem é de cristal puro.
Eu não sei falar
muito bem, meu bem, eu somente urro.
pra dentro de ouvidos que dão tantas voltas.
Eu não sei falar
pra dentro de cabeças que sejam outras.
Eu não sei falar
muito bem pra quem é de cristal puro.
Eu não sei falar
muito bem, meu bem, eu somente urro.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Paródia dessa vida
nada se tira,
a não ser o nosso corpo de lugar
nada se leva,
a não ser algumas voláteis lições
nada se mata,
a não ser algumas poucas curiosidades
nada se deixa,
a não ser pessoas em meio às suas missões
quarta-feira, 6 de maio de 2015
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Maturidade temporária
De tanto insistir que era jovem,
a ideia envelheceu.
Não importa a estampa da camiseta;
é a cabeça que vem descoberta.
Os jeans também envelhecem
e tornam o conteúdo mais confortável.
Não pareço mais confiável de terno,
nem pareço mais respeitável de cabelo cortado;
sou mais eu, quando nu,
não consigo nem a vergonha esconder.
Não envelheço para ser apresentável.
Não me esqueço que posso morrer de vergonha.
A maturidade me dá falsa segurança.
Sigo seguro de que os erros também envelhecem.
a ideia envelheceu.
Não importa a estampa da camiseta;
é a cabeça que vem descoberta.
Os jeans também envelhecem
e tornam o conteúdo mais confortável.
Não pareço mais confiável de terno,
nem pareço mais respeitável de cabelo cortado;
sou mais eu, quando nu,
não consigo nem a vergonha esconder.
Não envelheço para ser apresentável.
Não me esqueço que posso morrer de vergonha.
A maturidade me dá falsa segurança.
Sigo seguro de que os erros também envelhecem.
quarta-feira, 29 de abril de 2015
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Lágrimas de jacaré
Ô, pedaço de coisa certa,
o resto sou eu!
Ô, gente tão certa que
coloca na conta do Abreu!
Não foi um furo meu;
foi acerto de outro!
Não estava envolvido;
estava revolvendo por dentro!
Não é culpa de ninguém;
desde que não seja culpa minha!
Não sou eu que você vê;
ilusão é não sair da linha!
Todos fazem;
eu faço também!
Todos erram;
eu, fraco também!
Todos fortes;
estou com eles!
Todos afundam;
choro por eles!
Minhas lágrimas de jacaré
não alteram o nível do pântano.
o resto sou eu!
Ô, gente tão certa que
coloca na conta do Abreu!
Não foi um furo meu;
foi acerto de outro!
Não estava envolvido;
estava revolvendo por dentro!
Não é culpa de ninguém;
desde que não seja culpa minha!
Não sou eu que você vê;
ilusão é não sair da linha!
Todos fazem;
eu faço também!
Todos erram;
eu, fraco também!
Todos fortes;
estou com eles!
Todos afundam;
choro por eles!
Minhas lágrimas de jacaré
não alteram o nível do pântano.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Trem perdido
Estou vivo!
Sofro!
Tudo entra pelo ouvido!
Toda batida do coração
pode deixar o coração partido.
Não leem!
Sofro!
Tudo passa mas não veem!
Todo amontoado de letras
não passa de perdido trem!
quinta-feira, 16 de abril de 2015
terça-feira, 14 de abril de 2015
Enter errado
aquela pessoa que era
antes de ser digital
aquela pessoa que erra
antes de ser digital
aquela pessoa fera
atrás do monitor
aquela pessoa fere
atrás do monitor
aquela pessoa sendo monitorada
aquela pessoa sem pudor
aquela pessoa sendo maltratada
aquela pessoa sem pedir
vai dando opinião
vai dando o que falar
vai dando tudo
vai dando furo
vai mal interpretada
onde vai parar
vai pra lixeira
enter
bloqueada
enterrada
antes de ser digital
aquela pessoa que erra
antes de ser digital
aquela pessoa fera
atrás do monitor
aquela pessoa fere
atrás do monitor
aquela pessoa sendo monitorada
aquela pessoa sem pudor
aquela pessoa sendo maltratada
aquela pessoa sem pedir
vai dando opinião
vai dando o que falar
vai dando tudo
vai dando furo
vai mal interpretada
onde vai parar
vai pra lixeira
enter
bloqueada
enterrada
quinta-feira, 9 de abril de 2015
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Entitulado: Pior
os carrapatos me querem pelo meu sangue
as pernas doem por tudo que andaram antes
o cérebro inchado só aparece como figurante
o que falo chega ribombar de tão redundante
os calos não calam outros ais
os calos calejam ainda mais
estou pior
estou perto
quem sabe qual a distância
para o que é melhor
quem sabe o tamanho da curva
e o que vai se interpor
as pernas doem por tudo que andaram antes
o cérebro inchado só aparece como figurante
o que falo chega ribombar de tão redundante
os calos não calam outros ais
os calos calejam ainda mais
estou pior
estou perto
quem sabe qual a distância
para o que é melhor
quem sabe o tamanho da curva
e o que vai se interpor
terça-feira, 31 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
Contradizendo
adoro como fazem vinho
odeio quando chamam o acidente de vinagre
adoro o toque da seda
odeio saber que a minha mão pode rasga-la
adoro a crítica na poesia
já ofender de graça não é licença poética
adoro como inventamos a cura
porém manipulamos o veneno sem dosar
adoro que você saiba falar bem
mas sei que você também sabe gritar
adoro que possamos criar meios
mas sei que os meios são a metade do fim
odeio quando chamam o acidente de vinagre
adoro o toque da seda
odeio saber que a minha mão pode rasga-la
adoro a crítica na poesia
já ofender de graça não é licença poética
adoro como inventamos a cura
porém manipulamos o veneno sem dosar
adoro que você saiba falar bem
mas sei que você também sabe gritar
adoro que possamos criar meios
mas sei que os meios são a metade do fim
sexta-feira, 6 de março de 2015
Sanfoneiro
gomo furado de bambu ao vento
um assovio tem nota alta no conceito
bambu e assovio viram pifo no pensamento
sentado na porta de casa
o ranger da dobradiça sola
no gemer do fole
cada mazela da vida seca
vira rima de cordel
entre um e outro gole
arrasta-pé
faz poeira
arrasta fraqueza
faz vivê-la
não tenha dó
tenha respeito
dó em si
é ré na vida
um assovio tem nota alta no conceito
bambu e assovio viram pifo no pensamento
sentado na porta de casa
o ranger da dobradiça sola
no gemer do fole
cada mazela da vida seca
vira rima de cordel
entre um e outro gole
arrasta-pé
faz poeira
arrasta fraqueza
faz vivê-la
não tenha dó
tenha respeito
dó em si
é ré na vida
quinta-feira, 5 de março de 2015
segunda-feira, 2 de março de 2015
Atropelo de palavras
Dirijo uma arma e cuspo balas
que quebrariam leis se colidissem:
são minhas palavras tortas
no vácuo de outro infrator.
Não arranham lataria,
não dão lição alguma.
Às vezes, ricocheteiam
e tiram tinta do meu ego.
No fim, morrem no asfalto
abafadas pelos motores,
ou por algum saco plástico
usado para cobrir cadáveres.
que quebrariam leis se colidissem:
são minhas palavras tortas
no vácuo de outro infrator.
Não arranham lataria,
não dão lição alguma.
Às vezes, ricocheteiam
e tiram tinta do meu ego.
No fim, morrem no asfalto
abafadas pelos motores,
ou por algum saco plástico
usado para cobrir cadáveres.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
A matéria do dia
Hoje, sou feito de impaciência,
aguardando para saber do que serei feito amanhã.
Gasto o meu peito, de ansiedade, cheio,
mesmo sabendo que a noite esvazia o dia,
e amanhecemos mais velhos,
refeitos, porém, de novos estofos.
aguardando para saber do que serei feito amanhã.
Gasto o meu peito, de ansiedade, cheio,
mesmo sabendo que a noite esvazia o dia,
e amanhecemos mais velhos,
refeitos, porém, de novos estofos.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Combustível palavra
Escolho as pessoas
escolho as palavras
erram as pessoas
não escolho palavras
Erro nas palavras
me escapam pessoas
me excluem as pessoas
me sobram as palavras
Me meto com palavras
me criticam as pessoas
meto palavras nas pessoas
pessoas movidas à palavras
escolho as palavras
erram as pessoas
não escolho palavras
Erro nas palavras
me escapam pessoas
me excluem as pessoas
me sobram as palavras
Me meto com palavras
me criticam as pessoas
meto palavras nas pessoas
pessoas movidas à palavras
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Para não chover no molhado
A chuva pode ser linda
vista de lado
não de dentro.
A chuva pode ser usada
por outro lado
como unguento.
A chuva pode ser cálida
quando cala
o sentimento.
A chuva segue molhada
se cai ou não
se tento ou não tento.
Chove onde molha fácil
onde conheço.
Tento onde posso errar
outro preço.
Não me poupe
vem chuva jorre.
Bebendo da fonte
não há porre.
vista de lado
não de dentro.
A chuva pode ser usada
por outro lado
como unguento.
A chuva pode ser cálida
quando cala
o sentimento.
A chuva segue molhada
se cai ou não
se tento ou não tento.
Chove onde molha fácil
onde conheço.
Tento onde posso errar
outro preço.
Não me poupe
vem chuva jorre.
Bebendo da fonte
não há porre.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Corpos estranhos
meu nariz vai empinado
desafiando a gravidade
minhas raízes não podem aparecer
e revelar a minha idade
meus lábios carnudos
não estão cheios de carne
meus dentes são mais brancos
do que 3D ou a realidade
minha testa preenchida não atesta
o que expresso de verdade
estou tanquinho posso ir do porco aos anjos
estou sendo possuído por corpos estranhos
estou sem dentes indo por estranhos brejos
extraindo banhas pra inflar outros tamanhos
desafiando a gravidade
minhas raízes não podem aparecer
e revelar a minha idade
meus lábios carnudos
não estão cheios de carne
meus dentes são mais brancos
do que 3D ou a realidade
minha testa preenchida não atesta
o que expresso de verdade
estou tanquinho posso ir do porco aos anjos
estou sendo possuído por corpos estranhos
estou sem dentes indo por estranhos brejos
extraindo banhas pra inflar outros tamanhos
sábado, 24 de janeiro de 2015
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Anti-rugas
O corpo vai perdendo o fogo;
a mão vai perder o braço no jogo;
porém, ainda se agarra à vida.
O olho vai perdendo o foco;
os pés já se levantam pouco;
porém, o couro ainda se estica.
A memória já não é de ouro;
bater forte no peito é raro;
com dor, o grito de guerra, ainda.
a mão vai perder o braço no jogo;
porém, ainda se agarra à vida.
O olho vai perdendo o foco;
os pés já se levantam pouco;
porém, o couro ainda se estica.
A memória já não é de ouro;
bater forte no peito é raro;
com dor, o grito de guerra, ainda.
sábado, 17 de janeiro de 2015
Diário da sobrevivência
Estou cheio de coisas que me deixam oco
Chega de almofadas que abafam tiros
Chega de lírios que cheiram a socos
No meio do homem existe um filho bom
No mesmo meio pode se criar o mal
No meio natural sobreviver é fatal
Estou cercado de presas que sabem caçar
Qual é a arma do homem sem limite
Que transita entre morrer ou matar
Chega de almofadas que abafam tiros
Chega de lírios que cheiram a socos
No meio do homem existe um filho bom
No mesmo meio pode se criar o mal
No meio natural sobreviver é fatal
Estou cercado de presas que sabem caçar
Qual é a arma do homem sem limite
Que transita entre morrer ou matar
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Os meus erros
Os olhos nas pontas dos meus dedos
tendem a se machucar demasiado
Tenho que observar mais
antes de tocar
Os medos nas pontas dos meus cabelos
me fazem ficar arrepiado
Tenho que aparar mais
essas pontas
Os chifres que insistem em crescer
na minha cabeça dura
me fazem insistir passar
pela porta estreita
Os sorrisos que eu não queria dar
brotam por educação
dos meus lábios mal educados
que falam só por ironia
Os meus pés pisam sem dó apressados
mesmo sem precisar de pressa
porque eu tenho que chegar
onde não me julguem apressado
Os meus erros de ontem sem repetição
não são melhores hoje
para que eu possa surpreender
aperfeiçoando as desculpas
Os meus erros não são nada iguais
às palavras que escrevo
pois a ortografia escapa da poesia marginal
que é a vida cheia de falas
tendem a se machucar demasiado
Tenho que observar mais
antes de tocar
Os medos nas pontas dos meus cabelos
me fazem ficar arrepiado
Tenho que aparar mais
essas pontas
Os chifres que insistem em crescer
na minha cabeça dura
me fazem insistir passar
pela porta estreita
Os sorrisos que eu não queria dar
brotam por educação
dos meus lábios mal educados
que falam só por ironia
Os meus pés pisam sem dó apressados
mesmo sem precisar de pressa
porque eu tenho que chegar
onde não me julguem apressado
Os meus erros de ontem sem repetição
não são melhores hoje
para que eu possa surpreender
aperfeiçoando as desculpas
Os meus erros não são nada iguais
às palavras que escrevo
pois a ortografia escapa da poesia marginal
que é a vida cheia de falas
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