quarta-feira, 11 de junho de 2014

Demonha

De dedos tão longos,
tais tentáculos, ela me alcança
De cabelos com vontade
tão Medusa, ela os lança

Pele tão escarlate para neutralizar 
qualquer gosto, qualquer cor
Pelos pubianos, sede do abocanhar,
ao invés da boca, uma boceta-flor

Só de pensar, enrijeço
Só ao pulsar, se mereço
Queimar no inferno que se forma
Que me consome à sua volta

Essa mulher, corpo quase presente
Essa mesma que toma minha mente
Mais do que um corpo, o ato
Mas de fato, o desejo inalcançado

Minha cama em chamas
Meu sonho  me chama
E eu chamo de meu
Um desejo que me escolheu 

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