quarta-feira, 6 de março de 2013

Filtrando o amor

Muito amor, de fato, existe
preso numa carta que não obteve resposta,
num carinho que foi repudiado ou
ignorado por alguém que escolheu o caminho fácil
de levar uma vida vazia.

Muito amor, de fato, existe
dentro de uma poção mágica sem valor intrínseco.
Talvez num retrato feito à mão
que provocou orgasmos até no lápis.
Ou ainda, numa amizade mal disfarçada.

Mas pouco, de fato, reside
em toda carta que seja resposta;
em repudiar o que não é carinho;
em ignorar o caminho fácil por uma vida cheia;
no valor de acreditar na magia;
no prazer de se inspirar por alguém;
no segredo do amigo.

No reconhecer de que os defeitos são nossos,
e que o amor vem puro,
e que o desafio é mantê-lo assim,
e assim disseminá-lo.

  

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