Me sirva uma dose
Mais leve do que antes
Mas sem gelo
Quero que o arrepio venha naturalmente
Me sirva um copo
Que seja meio cheio
Meio vazio é sempre o homem
Quero embriagar o ego pra ver o que sobra
Me sirva de bengala
Ainda posso andar
Mas só preciso de uma mão
Pra causar mal a quem me cumprimenta
Me sirva de algo que me sirva
Já que não sirvo aos velhos problemas
Me sirva de roupas apertadas
Pra que eu comece a dieta do sumiço
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Passagem de cores
No fundo, no fundo
no alto, no alto
o céu tão sem azul.
Abaixo, as nuvens brancas
nem sempre brancas assim.
E por que eu
no fundo, no fundo,
ser humano,
baixo, baixo
revelaria apenas uma cor?
Sendo as cores
apenas reflexo da luz -
vejo azul escuro,
talvez preto pra você -
tudo parece questão de perspectiva.
Eu sou mais de uma cor;
eu sou mais de uma face;
e ainda vou esmaecer
depois de brilhar;
e ainda vou me enrugar
depois de esgotar aqui esta energia.
no alto, no alto
o céu tão sem azul.
Abaixo, as nuvens brancas
nem sempre brancas assim.
E por que eu
no fundo, no fundo,
ser humano,
baixo, baixo
revelaria apenas uma cor?
Sendo as cores
apenas reflexo da luz -
vejo azul escuro,
talvez preto pra você -
tudo parece questão de perspectiva.
Eu sou mais de uma cor;
eu sou mais de uma face;
e ainda vou esmaecer
depois de brilhar;
e ainda vou me enrugar
depois de esgotar aqui esta energia.
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Errante vivente
não coordenei o oi com o sorriso;
fui péssimo
não comemorei com o meu amigo;
ainda péssimo
nem sei porque ninguém convidei;
que péssimo
já sei no que me especializei:
na primeira impressão fiquei
me escondo no meu couro
não, eu não sou de ouro
apenas pedra sedimentar
ocupado em não me esfarelar
não sei onde por as mãos
então, meto os pés
não sei pra onde olhar
então, vejo tudo
sei que deve-se escutar
um pouco aprendo
sei que devo me aplicar
mas não pertenço
que bom que um dia volto a ser árvore
então, eu cresço, eu cresço
fui péssimo
não comemorei com o meu amigo;
ainda péssimo
nem sei porque ninguém convidei;
que péssimo
já sei no que me especializei:
na primeira impressão fiquei
me escondo no meu couro
não, eu não sou de ouro
apenas pedra sedimentar
ocupado em não me esfarelar
não sei onde por as mãos
então, meto os pés
não sei pra onde olhar
então, vejo tudo
sei que deve-se escutar
um pouco aprendo
sei que devo me aplicar
mas não pertenço
que bom que um dia volto a ser árvore
então, eu cresço, eu cresço
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
terça-feira, 18 de julho de 2017
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Duas sabedorias
De águas, de terra e folhas,
já se sabia antigamente.
De teclas, máquinas e coisas,
menos se sabe agora.
O corpo não mudou tanto;
muda sempre o pensamento.
A inquietação de mudar
fez um mundo sobre outro.
Era um mundo de sabedoria já.
É um mundo de sabedoria vã.
Não queremos morrer como pássaro frágil.
Nós queremos chegar fortes na morte.
Cobrindo o mundo natural com nosso asfalto,
vamos completar a corrida sem abalos.
Movimentamos o ciclo com barreiras,
pois é preciso superar sempre.
Não basta ficar de papo pro ar,
a observar o vento, enquanto se respira.
Nosso intento, não sei onde escrito,
é de dominar as lufadas nunca antes vistas.
já se sabia antigamente.
De teclas, máquinas e coisas,
menos se sabe agora.
O corpo não mudou tanto;
muda sempre o pensamento.
A inquietação de mudar
fez um mundo sobre outro.
Era um mundo de sabedoria já.
É um mundo de sabedoria vã.
Não queremos morrer como pássaro frágil.
Nós queremos chegar fortes na morte.
Cobrindo o mundo natural com nosso asfalto,
vamos completar a corrida sem abalos.
Movimentamos o ciclo com barreiras,
pois é preciso superar sempre.
Não basta ficar de papo pro ar,
a observar o vento, enquanto se respira.
Nosso intento, não sei onde escrito,
é de dominar as lufadas nunca antes vistas.
terça-feira, 4 de julho de 2017
sexta-feira, 30 de junho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
AGT
me olhei de fora
mas não me lembro
o corpo estava em outro lugar
não tenho que explicar
não me viram fugir
as pessoas estavam la•
eu fui sem sair
eu fiquei por mais tempo
do que já desejei
a memo¶ria e§ coisa pra ficar
mas na¢ quero mais lembrar
daquele branco ta≤ escuro
mas não me lembro
o corpo estava em outro lugar
não tenho que explicar
não me viram fugir
as pessoas estavam la•
eu fui sem sair
eu fiquei por mais tempo
do que já desejei
a memo¶ria e§ coisa pra ficar
mas na¢ quero mais lembrar
daquele branco ta≤ escuro
sexta-feira, 23 de junho de 2017
quinta-feira, 15 de junho de 2017
segunda-feira, 12 de junho de 2017
sábado, 3 de junho de 2017
Observador
Vinte anos atrás,
o adolescente de hoje ainda não o era.
Ele hoje o é,
mas ainda não o sabe.
Hoje sei sobre os testes
aplicados sobre os erros.
Hoje um idiota graduado
esperando erros inéditos.
E observo sem interferir,
pois não sou página de busca.
Não sou confiável pra ensinar.
Sou professor apenas da minha história.
o adolescente de hoje ainda não o era.
Ele hoje o é,
mas ainda não o sabe.
Hoje sei sobre os testes
aplicados sobre os erros.
Hoje um idiota graduado
esperando erros inéditos.
E observo sem interferir,
pois não sou página de busca.
Não sou confiável pra ensinar.
Sou professor apenas da minha história.
sexta-feira, 2 de junho de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Paciência
Amanhecer é esperar pela noite
Sem atropelar ninguém
Sem atropelar as palavras
Sem falar do protocolo
Do qual ninguém fala
Melhor esperar alguém falar
Estou falando sem ponto nem vírgula
Deitar-se é conformar-se com a escuridão
A claridade do dia não passa na velocidade da luz
E a insônia não esclarece coisa alguma
O mundo é movido à paciência
Eu me movo rapidamente por dentro
E todos se movem lentamente
Cada um em uma direção
Sem atropelar ninguém
Sem atropelar as palavras
Sem falar do protocolo
Do qual ninguém fala
Melhor esperar alguém falar
Estou falando sem ponto nem vírgula
Deitar-se é conformar-se com a escuridão
A claridade do dia não passa na velocidade da luz
E a insônia não esclarece coisa alguma
O mundo é movido à paciência
Eu me movo rapidamente por dentro
E todos se movem lentamente
Cada um em uma direção
terça-feira, 9 de maio de 2017
quarta-feira, 3 de maio de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Veneno
Eu sangrei menos
quando me passei por outro.
A hemorragia foi interna.
Agora, outro se passou por mim
e eu fiquei aqui sangrando.
Também fiz sangrar
a quem agredi.
Foi o tal tumor da ira.
Deve se sentir assim
o melhor assassino.
Quem melhor mata,
se mata aos poucos.
Melhor deixar passar
quem tem verdadeira pressa.
Melhor adiar o erro
já que o depois não existe.
Melhor ser melhor agora
enquanto eu sou eu.
A minha revolta pode ser eu.
O meu isolamento também.
A minha acidez e a careta.
O meu veneno também,
desde que eu não seja peçonhento.
Apenas quem eu sou
já me faz pessoa inteira.
Não preciso sair do eixo.
Sou lua cheia de fases.
quando me passei por outro.
A hemorragia foi interna.
Agora, outro se passou por mim
e eu fiquei aqui sangrando.
Também fiz sangrar
a quem agredi.
Foi o tal tumor da ira.
Deve se sentir assim
o melhor assassino.
Quem melhor mata,
se mata aos poucos.
Melhor deixar passar
quem tem verdadeira pressa.
Melhor adiar o erro
já que o depois não existe.
Melhor ser melhor agora
enquanto eu sou eu.
A minha revolta pode ser eu.
O meu isolamento também.
A minha acidez e a careta.
O meu veneno também,
desde que eu não seja peçonhento.
Apenas quem eu sou
já me faz pessoa inteira.
Não preciso sair do eixo.
Sou lua cheia de fases.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
terça-feira, 4 de abril de 2017
sexta-feira, 31 de março de 2017
Impressão
um cavalo imprime no solo
um C de casco
um C de calçado
um C de correr
um C de cavalgar
eu, no meu passo analfabeto,
deixo muito pouco pra se ler
um C de casco
um C de calçado
um C de correr
um C de cavalgar
eu, no meu passo analfabeto,
deixo muito pouco pra se ler
quinta-feira, 16 de março de 2017
terça-feira, 7 de março de 2017
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Quase gente
um tanto egoísta
mas gente
um pouco além da proposta
indiferente
querendo mais do que um animal
inconsequente
e ainda ama
quem engole
ou será que mata
o que recolhe
no coração
aquele sentimento
longe da mão
escondido no peito
dentro do uniforme
mas gente
um pouco sanguinário
mas gente
visando ser proprietário
de perfeição deficiente
mas gente
um pouco além da proposta
indiferente
querendo mais do que um animal
inconsequente
e ainda ama
quem engole
ou será que mata
o que recolhe
no coração
aquele sentimento
longe da mão
escondido no peito
dentro do uniforme
mas gente
um pouco sanguinário
mas gente
visando ser proprietário
de perfeição deficiente
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Desafinar
Indignado
Quando o que digo faz sentido
E alguém discorda
Esse alguém é aquela pessoa
Que diz sempre não
Indignado
Quando critico o estuprador
Pelo seu gosto musical
E sou julgado
Por julgar o horror
Indignado
Porque tenho oposição
Não ter apoio surpreende
Preciso de um cofre
Descobri que tenho segredos
Pior que desafinar cantando
É desafinar falando
Quando o que digo faz sentido
E alguém discorda
Esse alguém é aquela pessoa
Que diz sempre não
Indignado
Quando critico o estuprador
Pelo seu gosto musical
E sou julgado
Por julgar o horror
Indignado
Porque tenho oposição
Não ter apoio surpreende
Preciso de um cofre
Descobri que tenho segredos
Pior que desafinar cantando
É desafinar falando
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
sábado, 14 de janeiro de 2017
Uma palavra, uma virada
Meu bem se transformou;
em apenas trinca segundos,
mudou.
Virou testa enrugada,
depois que ouviu,
entortada palavra.
Fui eu quem disse,
se antes de tudo pensasse,
talvez eu não fosse.
Não que seja impulso,
não que me fugiu o pulso:
ficou entre intenção e uso.
Que viver não seja
poesia pensada,
tal antiga prosa cantada,
mesmo todo cão deseja
saber quando não lamber
a mão errada.
A guerra, invenção distante,
não vê no dia-a-dia
o amigo ou parente.
Nem escuta a praga
rogada tão próxima
entre um e outro dente.
em apenas trinca segundos,
mudou.
Virou testa enrugada,
depois que ouviu,
entortada palavra.
Fui eu quem disse,
se antes de tudo pensasse,
talvez eu não fosse.
Não que seja impulso,
não que me fugiu o pulso:
ficou entre intenção e uso.
Que viver não seja
poesia pensada,
tal antiga prosa cantada,
mesmo todo cão deseja
saber quando não lamber
a mão errada.
A guerra, invenção distante,
não vê no dia-a-dia
o amigo ou parente.
Nem escuta a praga
rogada tão próxima
entre um e outro dente.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Angústia
Anseio
Antítese
Anestesia
Anos
Antes
Antecipação
Ancinho angariando analogias
Anel anal: angustiada anatomia
Animais
Animados
Aniquilação
Anêmona andando: anomalia
Ancorada ancora antagoniza
Ah, não!
Ah, não!
Ah, não!
An...
An...
An...
Antítese
Anestesia
Anos
Antes
Antecipação
Ancinho angariando analogias
Anel anal: angustiada anatomia
Animais
Animados
Aniquilação
Anêmona andando: anomalia
Ancorada ancora antagoniza
Ah, não!
Ah, não!
Ah, não!
An...
An...
An...
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